SINEWAVE ESSENTIALS Download (278 MB) BANDCAMP PLAYLIST NO SPOTIFY PLAYLIST NO DEEZER PLAYLIST NO SOUNDSGOOD PLAYLIST NO YOUTUBE |
RELEASE Na lata: temos a total convicção que o Brasil tem uma das melhores cenas subterrâneas do mundo. Nós só não sabemos disso. Não está clara a razão. Talvez porque o brasileiro é tradicionalmente referencial e dependente de um aval gringo – sonhamos em um dia ter uma cena musicial tão legal quanto Nova York ou Londres, mesmo que já tenhamos isso. Talvez pela nossa histórica síndrome de vira-lata em que nada está bom, tudo precisa ser reclamado. Mas a questão é que as dezenas de micro-nichos subterrâneos no Brasil (não só aqui obviamente, no mundo inteiro) estão fazendo cada vez mais barulho pelas beiradas, cada vez mais alto, cada vez melhor. Comentamos em diversas ocasiões que vemos a música hoje como uma espécie de “novo 1990” – rock conservador no mainstream, a música eletrônica e o hip-hop sendo mais inovadores que o rock, no Brasil a dominação completa do sertanejo e do axé e a nova ascensão das bandas cover, e a melhor música sendo feita nos melhores/piores porões pelo mundo. Até vir 1991 e uma certa banda mudar tudo. Dá pra teorizar que o proverbial alguma-coisa vai acontecer, em breve. Talvez seja esse clima político esquisito. No “Pavões Misteriosos”, livro do André Barcinski, ele busca a resposta do porquê a melhor música brasileira foi feita nos anos 70. Parte foi porque não existia uma indústria musical consolidada preocupada mais com vendas do que com arte, e com isso os artistas tinham total liberdade pra criar o que quisessem. E parte porque a repressão os inspiravam a fazer letras cifradas atacando o sistema – a melhor arte sempre foi a que sangra, seja por qualquer tipo de ferida. Nos EUA e Inglaterra o punk e o hardcore gritavam contra Reagan e Thatcher, moldando toda a música independente e subterrânea que a gente ouve até hoje. Dá pra teorizar que boa parte da “morte do rock” nos últimos anos talvez seja reflexo dos anos Obama, Tony Blair e Lula-Dilma – artistas em paz com o governo, dançando e falando de amor. Daí que Trump, Brexit, Temer e sabe-se lá o que vem por aí em 2018 podem ser anos tenebrosos pra política, mas altos pra música e pra todo tipo de arte. Pode ser que um monte de energia esteja convergindo em um ponto, só esperando algo que a catalise. E energia acumulada sempre se libera em forma de barulho. 2016 foi talvez o maior ano da Sinewave até agora. Lançamos vinte e cinco trabalhos, entre álbuns full, EPs e singles, de vinte artistas de todo o Brasil, todos com tags envolvendo experimentalismo, peso, barulho, sangue. Organizamos vários shows e festivais com artistas do nosso catálogo e de selos parceiros, culminando em um palco aberto montado no Largo da Batata no Dia da Música. Mantemos diariamente o Grupo da Sinewave no Facebook, espaço com mais de sete mil integrantes conversando todos os dias e o dia todo sobre música. Um recorte do que de mais legal o subterrâneo brasileiro faz hoje. Que venha 2017 – um ano possivelmente esquisito, mas certamente alto. Sinewave SINEWAVE ESSENTIALS – THE BEST OF 2016 01. GIANT GUTTER FROM OUTER SPACE – Set Adrift 02. GRITO – Thing 03. HUEY – Adeus Flor Morta 04. BHOOT – I 05. 2FACES – Objet Petit a 06. GUSTAVO JOBIM – For Richard Pinhas 07. DOLPHINS ON DRUGS – Masturbakers 08. GIANT GUTTER FROM OUTER SPACE – Ruinen 09. BLACK SEA – Beneath The Gaze 10. GIANT GUTTER FROM OUTER SPACE – Funeral Under My Window 11. COSMO GRÃO – Bob Gordo 12. AVEC SILENZI – Ela 13. A ESPIRAL DE BUKOWSKI – Penrose, Chomsky, I Know You Know, Well, Lyapunov Time Manifolds 14. MAIS VALIA – Tigris 15. KALOUV – Peixe Voador 16. CADU TENÓRIO – Cyberia (Digital Deathru) 17. CADU TENÓRIO – Music For Airports (Airplanes, Hope And Sadness) 18. AVEC SILENZI – Kaikoura 19. GIANT GUTTER FROM OUTER SPACE – The Strings Without 20. MACACO BONG – Baião de Stoner 21. POLTERGAT – Suicidal Citizens 22. POLVÖ – Small Pieces of Cruel Mirrors 23. HEROD – Koma (Demo) 24. EMICAELI – Vitucci 25. INFRAAUDIO – Antena |
