KALOUV FAIXAS VEJA O CLIPE DE “MOO MOO” OUÇA NO SPOTIFY OUÇA NO DEEZER OUÇA NO BANDCAMP |
KALOUV LANÇA ELÃ Elã é o novo álbum do grupo instrumental pernambucano Kalouv formado por Basílio Queiroz (baixo), Bruno Saraiva (teclado), Saulo Mesquita (guitarra), Túlio Albuquerque (guitarra) e Rennar Pires (bateria). O disco foi composto entre dezembro de 2016 e março deste ano no Sítio Santa Fé, em Carpina, interior de Pernambuco. Com produção de Bruno Giorgi, foi através de um financiamento coletivo que se tornou possível, arrecadando mais de 100% da meta. O show de lançamento já tem data, será no festival No Ar Coquetel Molotov, dia 21 de outubro, no Caxangá Golf Club. Formada em 2010, a banda possui no currículo os álbuns Pluvero (2014) e Sky Swimmer (2011) e o compacto Planar Sobre o Invisível (2016). E neste novo trabalho eles trazem outras influências e parcerias com Sofia Freire, Yukio (Hugo Noguchi), RØKR (Roberto Kramer). Além deles, o produtor Bruno Giorgi também marca presença com intervenções em algumas faixas, como “Moo Moo” e “O Escultor”. Bruno está por trás de discos como Levaguiã Terê, de Vitor Araújo, Chão e Carbono de Lenine, além de trabalhos com Posada, Baleia e Rua. Em Elã, além de produzir o disco, também é o responsável por toda a parte de engenharia de som (gravação, mixagem e masterização). Durante o período de imersão no sítio, as nove faixas do disco ganharam vida e fez com que os integrantes desenvolvessem um novo modo de criação. O processo trouxe canções diretas e inteligíveis, num diálogo ainda mais próximo com a música independente contemporânea. Sendo assim, o post-rock que guiava os discos anteriores ganha novas cores e sai do tom de sobriedade e introspecção, dando lugar a faixas guiadas por sintetizadores e riffs curtos de guitarra, mas com uma interação ainda mais forte entre piano, baixo e bateria. A capa do disco foi criada pela designer paulistana Thais Jacoponi, que também assina todo o material de merchan relacionado ao álbum, parte da campanha de financiamento coletivo chamada de “Construindo Elã”, como camisetas, ecobags, eco copos, bottons e adesivos. 289 pessoas de 18 estados do Brasil participaram dessa construção que resultou em 124% de arrecadação. FAIXA A FAIXA “Pedra Bruta” foi a faixa escolhida para abrir o disco, pois é uma das mais intensas e que possui a mensagem mais direta. A composição é toda guiada por um riff com muita influência de música oriental, que começa na guitarra e teclado e chega ao final junto com as vozes gravadas lindamente por Sofia Freire, cantora, compositora e pianista do Recife. A participação dá um toque novo e especial ao trabalho e deriva muito da criação de Sofia no disco Garimpo, lançado em 2015, por ela brincar bastante com harmonias e efeitos vocais. É a primeira vez também que a banda usa palmas como elemento percussivo. Elas acompanham todo o desfecho da canção. Já o nome da faixa é atribuído ao processo criativo, pois a música foi criada a partir de uma longa e antiga composição que o grupo tocava nos shows de 2016. Inclusive, essa composição também deu vida a outra música do álbum, “O Escultor”, que acabou tomando um caminho diferente de “Pedra Bruta”. O primeiro single do disco é ”Moo Moo”, que ganhou clipe dirigido por Gabriel Rolim. O título vem das vozes que acompanham o riff do meio da música e também é uma brincadeira com a vivência no processo de pré-produção do disco. “Moo Moo” foi uma das primeiras faixas criadas durante a imersão no Sítio Santa Fé, em Carpina/PE. O ambiente calmo e cheio de animais influenciou bastante no imaginário do grupo e é uma forte referência na música. Além disso, a faixa segue vários novos caminhos para a Kalouv. A estética vaporwave influenciou bastante, tanto no caminho que o clipe tomou, como na composição da música. Isso somado à vibe de canções clássicas do pop oitentista foram o ponto de partida no desenvolvimento do “Moo Moo”, se traduzindo na escolha de timbres e no modo como o arranjo foi construído. “Moo Moo” também é uma homenagem às trilhas e jogos de videogame. A faixa tem traços de várias épocas de Game Music. Seja de clássicos como a “Aquatic Ambience” de Donkey Kong Country e “Slow Moon” de Streets of Rage 2, até coisas mais recentes como as trilhas de Machinarium, Dungeon of the Endless, Hotline Miami e FEZ. Isso estendeu para o vídeo, que brinca com imagens de jogos do Super Nintendo, como Harvest Moon e Chronno Trigger. O produtor Bruno Giorgi também marca presença na música, através de intervenções na mixagem que trazem filtros e delays na bateria, até referências de dub. As guitarras, por sua vez, funcionam de forma diferente do que a banda já fez até agora. Pode se dizer que “Moo Moo” é cheia de “guitarras safadas”, simples e com o sentimento da música pop dos anos 80. A terceira faixa do disco, “Máquinas”, chega cheia de referências. A música traz vários elementos novos no processo criativo da Kalouv. É como uma engrenagem viva, onde as guitarras dialogam entre si em sobreposição a glitches, efeitos lo-fi e a harmonia do piano. A bateria do começo foi inspirada em uma música da banda de funk norte-americana Vulfpeck e segue numa relação constante com o baixo até o final, onde há o ápice de força e a queda numa vibe que lembra trilhas de jogos como “LA Noire” e filmes como “Uma Cilada Para Roger Rabbitt”. “Uma quebra de expectativa que a gente considera um charme da faixa“, comenta Túlio. Em paralelo a isso, o título da canção é uma referência aos amigos do grupo que moram em Fortaleza e têm uma banda chamada maquinas. “Tocamos com eles no ano passado e desde lá ficamos muito próximos. Eles colocam muitos acordes “tortos” nas canções e assim que apareceu um durante a composição dessa faixa, decidimos fazer a homenagem“, diz o guitarrista. A escolhida para ser o nome do álbum, ”Elã”, é a quarta música do álbum, pois congrega várias das referências que foram trabalhadas na obra como um todo. “Podemos dizer que a faixa reveza basicamente entre dois climas. Um tenso e desafiador, guiado pelo sintetizador analógico, outro mais doce, onde o piano ganha a companhia de acordes de guitarra cheios de delay. Nos momentos mais densos, a música passeia pelo jazz e ganha tons de improviso junto com baixo e bateria, mas sempre desemboca em melodias mais ternas e afetuosas. Isso ocorre até o ápice da parte final, onde mais uma vez temos a companhia de Sofia Freire. As vozes sobrepostas e as harmonias fortes dão a sustentação para riffs curtos de guitarra e um encerramento onde a bateria brinca com filtros e pan, num ar hipnótico“, relata Túlio. Vale também esclarecer o que está por trás do nome da canção e, consequentemente, do disco. Elã é mais uma das referências que a banda captou durante a vivência no Sítio Santa Fé. Túlio conta: “Um dia, durante a composição dessa faixa, fomos surpreendidos por gritos do caseiro, Manoel, chamando os cachorros do sítio. Lá de longe ouvimos um “Vem cá, Elã! Elã!”. Era o nome de um deles. Achamos muito curioso que o cachorro tivesse esse nome e ficamos com isso na cabeça, colocando o título provisório da faixa. Chegando em Recife, paramos pra pensar nisso tudo e no significado da palavra. “Movimento súbito, espontâneo; impulso. Emoção, calor, vivacidade. Entusiasmo criador; inspiração, estro. Movimento afetuoso, expansivo”. Tudo isso representava muito o momento que estávamos vivendo. E desde lá começamos a chamar esse projeto de Elã. E assim ficou“. Apesar de ser a quinta no álbum, “Hotline Miami” foi a primeira música composta para o disco, criada bem antes da pré-produção, e agora como a banda mesma diz ‘só lapidaram alguns detalhes’. O nome surgiu antes da faixa, “pois tínhamos acabado de conhecer Hotline Miami, um jogo independente lançado em 2012 e cheio de referências aos anos 80. A trilha desse game é fantástica. Se relaciona muito com filmes como “Miami Vice”, “Driver” e até outros jogos, como “GTA: Vice City”. Esse foi o ponto de partida. Queríamos fazer uma música que congregasse essas referências e trouxesse isso para o nosso modo de criar“, lembra Túlio. Foi assim, inclusive, que surgiu o riff inicial, originalmente criado num loop de guitarra e transferido para o sintetizador analógico. Durante o processo de amadurecimento da música a banda assistiu a série Stranger Things que, por causa da trilha nostálgica e oitentista, influenciou muito também. Roberto Kramer, amigo da banda que mixou os dois últimos trabalhos da Kalouv, também participa da faixa através do seu projeto solo RØKR. Ele adicionou vozes, vocoders e efeitos que remetem a Daft Punk. Além disso, a música repete por duas vezes um riff que se referencia ao pop dos anos 80 e é acompanhado pela voz de Kramer. O final é baseado nos filmes dessa mesma década, com uma pegada épica e romântica, clássica do cinema que assistiram quando crianças. Seguindo na linha nostálgica, ”Depois do Escuro” é mais uma faixa cheia de sintetizadores analógicos e referências ao passado. Uma das coisas mais diferentes que já fizeram até hoje. “Brincamos que ela lembra as músicas de chefe final dos games da geração 16 bit“, diz Túlio. E isso guia a composição, que tem influências de trilhas de jogos como as de Street of Rage, Outrun, Time Commando, Fantasy Zone, Far Cry Blood Dragon e filmes como Blade Runner e Tron. Musicalmente traz muitos synths, guitarras e baixo distorcidos, enquanto a bateria mescla o som acústico com programações. As “guitarras safadas” também voltam aqui, com riffs curtos e diretos. O nome é uma referência a um bar clássico e movimentado dos anos 80 em Recife. “O pai de Basílio foi gerente do local e nos contou muitas histórias sobre as noites dessa época. Isso acabou ficando no nosso imaginário e bateu com todas referências estéticas da faixa“, conta Túlio. Depois da explosão de “Depois do Escuro”, “O Escultor” é a retomada para o ciclo final do álbum. As influências vão de música contemporânea, como Warpaint, Radiohead e até Bon Iver. Dividida em três partes, a primeira serve como anunciação, a segunda conta a história da música e a terceira encerra de forma mais épica. Na mixagem, vários detalhes rítmicos adicionados por Bruno Giorgi, vindos de noises, glitches e texturas. Como citado em “Pedra Bruta”, “O Escultor” era a segunda parte de uma música extinta na pré-produção que acabou criando raízes próprias, se tornando uma faixa separada e bem diferente da primeira. “A inspiração direta para o título é a de um quadrinho homônimo, do americano Scott McCloud. A narrativa traz muitas reflexões existenciais e acaba dialogando intensamente com quem trabalha com arte. Isso ocorre na HQ através da história de David Smith. Ele faz um pacto com a morte, onde troca a vida pela habilidade de criar esculturas com as próprias mãos, moldando qualquer tipo de material. Daí surgem inúmeros paradoxos que nos fazem pensar sobre o processo criativo e a definição do que é arte, do que define um artista. Vale demais a leitura“, indica o guitarrista. Seguindo as referências às HQs está ”Rei Sem Cor”, oitava faixa do álbum. O título foi inspirado no quadrinho Ye, do brasileiro Guilherme Petreca. A fábula conta a história de um menino que foi tocado pela chaga do Rei Sem Cor. A jornada dele na procura pela cura tem uma riqueza simbólica fantástica, trazendo reflexões sobre o processo de amadurecimento e a capacidade de enfrentar os próprios fantasmas. Túlio diz: “A gente sempre gostou de referenciar nossas músicas a filmes e jogos e em Elã tivemos a oportunidade de inserir as HQs também nesse universo de representações. É uma mídia que estamos consumindo cada vez mais e que tem muita força na hora de falar sobre a natureza humana“. Já o título está diretamente relacionado à forma com que a música foi composta. Da parte inicial terna, levada pelo piano, o desenvolvimento tenso e a explosão do final, onde surgem uma série de elementos percussivos, de alfaia e bumbo, até congas. Uma ideia que apareceu em estúdio e trouxe uma roupagem muito intensa para o fim dessa “jornada do herói”. Foi a primeira vez que a Kalouv usou esses tipos de percussão em uma música. “Rei Sem Cor” também foi um exercício, já que ela é derivada de uma composição só de piano e que ganhou um arranjo completo na pré-produção. Quanto à nona e última música do álbum, a Kalouv afirma que desde o começo sabia que ia fechar o disco com ”Mergulho Profundo”. Talvez a faixa com influência mais forte de post-rock e com maior peso no final, um desfecho esperado para um álbum com tantas nuances diferentes. Se o post-rock é a referência mais clara, foi do samba que surgiu a levada inicial da música. Fruto da memória afetiva. Rennar é carioca e cresceu ouvindo samba com o pai. Durante o processo criativo, a banda conta que surgiu a ideia de trazer essa vibe no começo da faixa. “Obviamente as técnicas são bem diferentes, mas isso serviu como referência rítmica, tanto é que depois foram adicionados outros instrumentos percussivos, como a pandeirola. Além disso, a co-produção da música por Hugo Noguchi (Ventre, SLVDR, Posada e o Clã), trouxe várias ideias novas, condensadas em texturas, filtros, noises e samples. Tudo seguindo a linha do que ele faz no seu projeto solo, Yukio. Isso foi fundamental para que a faixa soasse da forma que ficou no disco. Como o próprio nome diz, a música é o Mergulho Profundo e derradeiro de Elã. Foi a melhor forma que vimos de encerrar esse álbum tão intenso e significativo.” SETLIST: 1 - Pedra Bruta KALOUV É: Basílio Queiroz (Baixo) FICHA TÉCNICA - Produzido por Bruno Giorgi PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS - Sofia Freire: Vozes nas faixas 1 e 4 GRAVAÇÕES ADICIONAIS - Bruno Saraiva e Saulo Mesquita: Vozes nas faixas 2 SOBRE KALOUV Formado em 2010, o grupo já se apresentou em diversos palcos no país e em eventos importantes como Abril pro Rock, Festival de Inverno de Garanhuns, Prata da Casa (Sesc Pompeia), Festival Dosol, Play the Movie (Coquetel Molotov) e Contemporâneos (Caixa Cultural). Foram dois álbuns lançados até aqui: Sky Swimmer (2011) e Pluvero (2014). Ambos muito bem recebidos pela crítica especializada, figurando em diversas das tradicionais listas de fim de ano. Em 2016, a Kalouv lançou o compacto Planar Sobre o Invisível, com faixas gravadas dentro do projeto Converse Rubber Tracks em São Paulo. Além disso, apresentou o clipe da canção “Peixe Voador”, feito na cidade de Natal/RN. Ambos os materiais tiveram bom reconhecimento da imprensa e público, rendendo 36 shows em 19 cidades ao longo do ano. ASSESSORIA DE IMPRENSA LINKS Assista ao clipe de “Moo Moo”: Ouça no Spotify: Ouça no Deezer: PÁGINA OFICIAL DO KALOUV: |