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RELEASE São Carlos, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Porto Alegre, até um projeto paulista-berlinense. Tags diferentes entre si (de rock progressivo ao post-metal, de shoegaze ao noise), mas com um lance em comum – o foco em fazer algo diferente, estranho, fora do comum. Senão vejamos. O Astrolábio busca inspiração lá em Londres em 1969 pra fazer um EP com a mesma vibe do Pink Floyd pós-Barrett pré-egotrip do Waters. Veja se a suíte “Coma” (nessa coletânea, só um trecho) não caberia no Lado B do Atom Heart Mother. O VICTIM! é o mais difícil dessa lista – um som confrontador, puto, extremo. Dá pra linkar os experimentos inaudíveis do Merzbow e até a perversão do Lou Reed no Metal Machine Music – a fonte é a mesma. Do Recife, três bandas ainda iniciantes (nenhuma tem disco full ainda, só EPs) mostram diversos lados da nova cena experimental pernambucana – o Yeti com um math-post-rock curto e torto, o Team.Radio deixando algumas raízes dream pop de lado e investindo nas estranhezas, e o Kalouv desenvolvendo climas e texturas no single de seu vindouro primeiro álbum cheio. A Herod, ex-Layne, mudou não só o nome da banda como suas referências, indo do noise rock do Slint aos abismos do Sunn O))) – nessa faixa, o recorte é o post-metal. Vibe parecida tem o I Buried Paul, gravado lá na Alemanha, com referências de dark ambient, noise, drone metal e os field recordings – a diversão é imaginar onde e como cada ruído foi captado. E fechando a coletânea, o som agridoce do Loomer, relembrando aquela genial fórmula noventista de juntar ideias pop com toneladas de sujeira por cima. Não é o que a mídia espera, não é o que o mercado precisa, talvez nem o que o público queira. E também não importa. O importante é fazer alto. FAIXAS |
