RÁDIO MORTO

FORMAÇÃO

— Raphael Mandra: eletrônicos, sons, efeitos, vozes.

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RáDIO MORTO EM UMA MÚSICA

DISCOGRAFIA

Metafísica e Os Paraísos Artificiais (2019)
Escatologia Poética (2014)
Testamento (2013)
Carnificina (2012)
Ao Vivo em Londrina (2012)
Elegia (2011)
Atmosfera (2011)
Rádio Morto (2010)

RELEASE

Raphael Mandra quando está como Kovtun torna-se uma entidade oculta, surge com sua música dark ambient, experimental, industrial, trilha de algum suspense. Já com Rádio Morto mergulha em sons mais sutis e viscerais, sua música abrange o contraste entre bits intensos e atmosféricos, às vezes transmutando em uma forma experimental lo-fi e distorções dissonantes.

Ao entrar em contato com Metafísica e Os Paraísos Artificiais eu não sabia o que imaginar, só conhecia o trabalho de Mandra com Kovtun. A produção aqui é lo-fi e é propositalmente submergida em um oceano obscuro, claustrofóbico e beirando ao esquizofrênico; há muitos detalhes musicais como sintetizadores climáticos, percussões estranhas e coisas que eu nem sei o que são. Isso faz do álbum um grande mistério, como foi possível Raphael e Romulo Z. chegarem a um som tão estranho?

O gênero em si é muito difícil de rotular, então não espere ouvir algo homogêneo, mas influências bem distintas, de Joy Division, pelos vocais e letras de Mandra até Swans, Death in June, Sunn O))) e até Racionais Mc’s com Burzum (sim, em “Misantropia” você ouve influência clara de rap nacional e black metal norueguês).

Apesar de o clima niilista permear todas as músicas – não tente encontrar alguma esperança aqui – as músicas são bem variadas. Os vocais de Mandra são monocórdicos e em algumas raras ocasiões saem do clima gótico que sua persona encarna, gritos e guturais aparecem em poucos momentos.

Um disco duplo, Eterno Retorno e Ecos Niilistas, 28 músicas em versões inéditas que o ouvinte deve estar disposto ao incômodo, seja pelas melodias, seja pelas letras ou pelos vocais. Metafísica e Os Paraísos Artificiais tem a coragem de não agradar em tempos tão difíceis e polarizados, se quiser ouvir é melhor já ir se preparando para entrar no caos sonoro.

É muito louvável ouvir a combinação de tantos gêneros que não soam algo forçado. Altamente recomendável para quem gosta de excentricidades musicais.

Felício Jr.